in halfway ...


Black Eyed Peas

por vezes ... talvez!


U2 - Sometimes You Can't Make It On Your Own (Acoustic)

come undone


Duran Duran

sexta-feira, 5 de dezembro de 2008

Tempo para viver!

Marc Chagall (La Vie)

«A vida já é curta, mas nós tornamo-la ainda mais curta, desperdiçando tempo» (Victor Hugo)

O tempo ... esse eterno inimigo da vida!
Levamos a vida a correr pois temos muitos interesses na nossa vida. São demasiados compromissos todos os dias, quase nunca temos tempo, uma vez que temos sempre muito trabalho, muitas tarefas, muitos afazeres, muitas reuniões.
Depois de todos esses deveres estarem cumpridos continuamos, ainda assim, sem tempo. Há as compras para fazer, as refeições para pensar, a casa para arrumar ou a preparação do que há para fazer no dia seguinte. No dia-a-dia tudo vai andando num frenesi. Não há lugar para a leitura nem para a reflexão, facilmente esquecemos os amigos ou de brincar com os filhos, nunca há tempo para conversar, conviver, partilhar e amar.
Não há tempo para viver a vida! Em sua substituição, vive-se de ilusões: é a busca da riqueza, é a ambição por uma carreira, é a fobia pelo consumismo e pelo materialismo, é a procura do socialmente correcto. Nunca paramos para nos vermos ao espelho e pensarmos se é este o caminho que queremos, se é este o verdadeiro sentido que queremos dar às nossas vidas.
Entrámos uma vez mais na época de todas as ilusões. Com elas vem a euforia das compras e dos presentes, as enchentes nos centros comerciais, as filas de trânsito, os intermináveis almoços e jantares, e a reunião com familiares que já não se vêem desde o Natal passado.
No meio de toda esta confusão, talvez fosse também importante aproveitar um pouco desta quadra para pensar sobre as razões pelas quais se comemora o Natal, digo eu!

“Enchemos o tempo para não nos olharmos no espelho. De repente, quando, por um minuto ou dois, paramos, não gostamos da imagem que essa paragem nos devolve - a imagem do que não soubemos ser, da vida que perdemos no meio das mil coisas que fizemos. Não há cirurgia estética que nos arranque de cima as pregas do tempo que gastámos em vez de vivermos.” (Inês Pedrosa)

Tudo na vida está em esquecer o dia que passa.
Não importa que hoje seja qualquer coisa triste,
um cedro, areias, raízes,
ou asa de anjo
caída num paul.
O navio que passou além da barra
já não lembra a barra.
Tu o olhas nas estranhas águas que ele há-de sulcar
e nas estranhas gentes que o esperam em estranhos portos.
Hoje corre-te um rio dos olhos
e dos olhos arrancas limos e morcegos.
Ah, mas a tua vitória está em saber que não é hoje o fim
e que há certezas, firmes e belas,
que nem os olhos vesgos podem negar.
Hoje é o dia de amanhã.

Fernando Namora (Mar de Sargaços)

U2 “One” - Is it getting better, or do you feel the same? ...